Modelo de laudo de inspeção elétrica para condomínios residenciais

Objetivo do laudo de inspeção elétrica

Primeiramente, antes de pensar em um modelo de laudo é necessário compreender qual é o objetivo de um laudo de inspeção elétrica. Assim, o problema que precisamos resolver como peritos ao realizar um trabalho como esse pode ser resumido em uma orientação técnica. Isso se dará, através de um diagnóstico que irá mostrar os riscos nas instalações elétrica do condomínio.

Dessa forma, o laudo deve ser claro para que as pessoas leigas, como os síndico(a)s, possam saber quais melhorias precisam ser feitas na edificação. Ele contempla as áreas de uso coletivo no qual é possível ter acesso durante a inspeção.

Salientamos, que as áreas internas de cada apartamento são de responsabilidade dos moradores. Portanto, não são contempladas nesse tipo de laudo, salvo se houver acordo prévio durante a fase de negociação.

Dessa forma, no orçamento é necessário deixar claro o escopo do serviço, considerando a responsabilidade do profissional ao realizar um trabalho dessa natureza.

Além disso, cabe destacar que a inspeção feita no condomínio e a elaboração do laudo está relacionada com uma avaliação feita por amostragem. Ou seja, com um critério técnico baseado em referências normativas e legislações municipais, estaduais e federais.

É necessário, assim, um cuidado especial quando o síndico solicita junto a esse laudo uma avaliação para identificar se podem ser feito um aumento de carga no condomínio. Geralmente, esses casos ocorrem em condomínios mais antigos cuja entrada de energia era monofásica e agora pretendem passar para bifásico. Assim, esse serviço pode ser feito, mas é complementar ao laudo de inspeção elétrica, assim como um laudo de sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).

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Responsabilidade técnica ao fazer um laudo

Ressaltamos, que muitos profissionais literalmente enganam os clientes ao fazerem um laudo de inspeção elétrica. Eles vão até o local, tiram algumas fotos, utilizam um multímetro para fazer algumas medições e entregam um documento com menos de 10 páginas. Este documento, muitas vezes possui recomendações macro e de difícil interpretação para os síndicos.

Todavia, esses laudos geralmente são feitos por profissionais negligentes, com formação em eletrotécnica ou engenharia elétrica mas que só visam lucros. Já, no outro extremo, temos muitos engenheiros civis fazendo laudos de “autovistoria”, termo definido por eles, contemplando uma análise da parte elétrica, de maneira extremamente amadora e imatura.

Nesse contexto é importante compreender que muitos engenheiros civis têm atribuição pelo CONFEA para fazer laudos na área elétrica, no entanto, a carga horária de estudo sobre eletricidade durante a formação dessa respeitada categoria é inferior ao que um eletricista precisa saber para trabalhar com instalações elétricas.

Formação profissional em risco

Dessa forma, esse despreparo coloca em risco a própria formação do profissional. Assim, quando ocorrer um acidente em uma edificação, a primeira coisa que o síndico irá fazer é pegar o laudo e mostrar para o juiz, ou seja, alegando que a responsabilidade não é sua, pois contratou um profissional para fazer um laudo de inspeção elétrica.

O juiz, por sua vez, sem conhecimento na área elétrica, irá nomear um perito judicial com formação em engenharia elétrica para fazer uma análise do escopo de trabalho oferecido pelo prestador de serviço, bem como, o laudo que foi entregue ao condomínio.

Todavia, sendo constatado negligência por parte do profissional que elaborou o mesmo, ele pode ser responsabilizado. Não obstante, o código de penal, através do seu artigo 121, prevê que a detenção por homicídio culposo, pode ser de 1 a 3 anos. No § 4, está sendo complementado, que a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão.

Assim, essa é a responsabilidade que um profissional assume ao fazer um laudo de inspeção elétrica.

Modelo de laudo de inspeção elétrica

Entretanto, em termos práticos, muitas pessoas procuram sempre o caminho mais fácil sem ampliar o campo de visão, sem buscar conhecimento e estudar mais a fundo algo que sempre deu trabalho.

Geralmente, profissionais com essa visão são as pessoas que se formaram copiando lista de exercícios de outros alunos, ou seja, chegando no mercado de trabalho com uma capacidade de análise crítica mais limitada.

Não sabemos qual é o seu momento e como chegou até aqui, não obstante, se procura a fórmula pronta sobre como é feito um laudo de inspeção elétrica, diria para você que eles são dinâmicos. Assim, mais importante do que como ele é feito é como você vai saber lidar com cada uma das situações que irá encontrar.

Portanto, ter um norte é importante, mas tome cuidado com as informações que encontra na internet sobre os laudos de inspeção. Pode ser que o profissional que fez o laudo esteja mais perdido do que você pode imaginar.

Então, a melhor forma de começar a pensar em como são feitos esses laudos é pensar no seu momento atual, na sua responsabilidade ao fazer um serviço como esse e o que precisa aprender.

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Dicas antes de iniciar um laudo de inspeção elétrica

Como dica sobre o que precisará estudar inicialmente para ajudá-lo(a) nessa jornada, posso recomendar:

-NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão;

– NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas;

– NR 10: Segurança em instalações e serviços em eletricidade;‎

– Elaboração de relatórios no word;

– Compactação de imagens para inclusão nos laudos de inspeção elétrica.

Compreendendo esses pontos, você vai perceber que oferecer laudos de inspeção elétrica pode ser um modelo de serviço muito rentável, pois, para cada laudo dessa natureza, começamos oferecendo para os condomínios por R$ 3.000,00.

Com o tempo poderá ter um padrão, mapear os principais problemas e ganhar muito tempo durante as atividades de inspeção no condomínio e a elaboração do laudo do técnico.

Quais são as oportunidades para quem deseja fazer laudos de inspeção elétrica

Essa é uma dúvida de muitos profissionais, alguns defendem a teoria de que esse mercado será cada vez mais concorrido, com valores cada vez menor para esse serviço.

Particularmente, procuro olhar o outro lado da moeda onde temos cada vez mais pessoas despreparadas no mercado, uma demanda crescente por esse tipo de serviço devido ao número de acidentes com energia elétrica que vem crescendo a cada ano.

A grande sacada não está somente em como fazer o laudo, mas sim em como você pode se diferenciar da concorrência, surpreendendo o seu cliente.

Costumamos dizer que na área de perícia elétrica a parte técnica representa 30% do seu resultado, a base teórica é o mínimo que você precisa ter.

Você precisa desenvolver múltiplas habilidades para se destacar nesses novos tempos e em meio a uma concorrência desesperada, com mais vontade de fazer do que de se desenvolver.

Nesse momento, você pode estar pensando “como fazer isso?”. A resposta é simples: defina uma área, avalie o mercado e as tendências e, após, foque durante um período de maneira constante o seu desenvolvimento em múltiplas habilidades, como:

– Negociação com clientes;

– Formação de preço;

– Marketing digital;

– Autoconhecimento e espiritualidade.

Esse foi o caminho que segui ao perceber que diversas pessoas com o passar do tempo estavam perdendo o seu valor de mercado. Muitos profissionais, se perderem o seu emprego hoje, tendem a ganhar menos e esperar um bom tempo para se recolocarem no mercado de trabalho.

A grande dica é… A vida não te entrega um modelo pronto, é necessário se preparar para criar e se adaptar a qualquer tipo de jogo.

Defina que jogo você quer jogar e vai pra cima…

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2 respostas

  1. Nesse contexto é importante compreender que muitos engenheiros civis têm atribuição pelo CONFEA para fazer laudos na área elétrica, no entanto, a carga horária de estudo sobre eletricidade durante a formação dessa respeitada categoria é inferior ao que um eletricista precisa saber para trabalhar com instalações elétricas.

    NESTE CONTEXTO MUITO BEM ESCLARECIDO, SERIA COERENTE DE SUA PARTE EXPLICAR QUE A COMPETÊNCIA DO ENGENHEIRO CIVIL ESTÁ LIMITADA A DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO, ACHO QUE VOCÊ TERIA MAIS CREDIBILIDADE NO QUE QUE ESCREVE E CUMPRIRIA DE FATO SUAS DEMAIS ACERTIVAS QUE SÃO VERDADEIRAS.

    Sucesso na missão. Meios parabéns.

    1. Prezado Eng. João, infelizmente a própria Associação Brasileira dos Engenheiros Civis estimula os profissionais da sua categoria a cometerem erros graves na área elétrica, informando erroneamente que não existe limite de atuação. Nesse post pode encontrar essa informação:

      http://www.abenc.org.br/artigo/186/competencia-dos-engenheiros-civis-para-projetos-de-instalacoes-eletricas-prediais#:~:text=Com%20o%20que%20se%20conclui,podem%20dispor%20sobre%20compet%C3%AAncias%20legais.

      Em relação a engenheiro civil fazer projetos em baixa tensão, nesse vídeo tem uma explicação dos motivos pelo qual sou totalmente contra:

      https://youtu.be/I-3YaIsqi4I

      Após assistir creio que irá mudar algumas coisas no seu ponto de vista que respeito.

      Obrigado pela contribuição, essa missão é de todos nós, pois nossos familiares moram em edificações feitas por profissionais da área elétrica, mecânica e civil.

      Forte abraço.

      At
      Daniel

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